Na missa do Galo deste Natal, Bento XVI refutou o falso moralismo, segundo o qual o homem pensa que pode redimir a si mesmo, e mostrou como Deus, ao fazer-se Menino, foi ao seu encontro para que a humanidade pudesse descobrir o Amor. Em sua homilia durante a celebração, que começou duas horas antes da meia-noite, o Papa explicou o significado do Natal, constatando que nele "fica superada a distância infinita entre Deus e o homem"; e compôs uma oração para pedir que termine a época da tirania da violência e das "vestes manchadas de sangue".
Falso espiritualismo e moralismo
Ao explicar o mistério do Natal e da ação de Deus, o Pontífice convidou a superar dois extremos da vida espiritual. Em primeiro lugar, o de quem reconhece "apenas o agir exclusivo de Deus, como se Ele não tivesse chamado o homem a uma resposta livre e amorosa".
"Mas seria errada também uma resposta moralizante, segundo a qual o homem com a sua boa vontade poder-se-ia, por assim dizer, redimir a si próprio", sublinhou.
"As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não O poderemos amar, e a nossa resposta, que Ele espera e até no-la suplica no nascimento do seu Filho."
"Deus precedeu-nos com o dom do seu Filho - afirmou. E, sempre de novo e de forma inesperada, Deus nos precede. Não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça conosco."
"Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra", disse.