Intrigante, disperso no pensamento me encontrava no meu matutino reflexivo, tudo era uma mera realidade pensante se não mesmo imaginaria, agora mais do que nunca torna-se uma realidade factual, quase palpavel. Dizia a mim mesmo não, isto não existe, ao menos não acontece próximo de mim, não com os meus amigos, não com os meus familiares nem com os meus colegas. Insistia em dizer que não, não esta próximo de mim…
Dia pós dia, fui me entregando aos conhecimentos, bebendo da experiencia dos companheiros de luta, e comecei dar de cara com os factos reais. Entrei verdadeiramente na luta, pensando que já estava munido com todas as armas para enfrentar esta grande batalha, participei em formações, workshops, palestras, e encontros, namorei com livros em noites longas, fiz de tudo para estar preparado para o combate que assola e dizima milhares de pessoas em todo mundo. A minha preparação tomava conta de mim em cada passo marcado.
Ao decorrer do tempo, fui vendo as realidades que apenas passavam por simples pensamentos, pessoas a morrerem outras infectas, o meu espanto grande foi quando alguém muito próximo de mim morreu, logo os comentários no bairro tomava conta do dia - dia daquelas pessoas, porque Ele/a morreu de VIH/SIDA, diziam todos em alta e grossa voz. Será? Era a pergunta que me fazia do nascer ao pôr-do-sol, e sobretudo aos momentos de intenso debate com as minhas almofadas…
Aos poucos fui conhecendo outras pessoas infectadas umas mais próximas de mim do que as outras, mas não conseguia me conter e nem acreditar nos factos, pensando que não poderia acontecer com as pessoas que amava e admirava muito. Mas a realidade me fez crer que o VIH/SIDA existe quer eu queira quer não, mas ele está ai, mesmo contra a nossa vontade, diariamente se multiplica cada vez com mais força com uma vontade de destruir a raça humana.
Hoje percebo que a luta contra o VIH/SIDA não passa simplesmente de uma mera preparação teórica, esta exige muito mais do que isso, exige de nós uma entrega seria a causa. Durante este meu processo vivencial, conheci pessoas, ouvi testemunhos e historias que levaram-me a encarnar-se de verdade nesta luta. Agora paro comigo mesmo em cada momento pensante e me consciencializar de que todos estamos sujeitos a contrair este vírus, ele não tem fronteiras não escolhe cara nem cor, sexo ou raça, não quer saber qual é o seu extracto social, todos somos sujeitos e objectos desta luta. Por isso cada um é um elemento importante nesta nesta grande batalha, unidos já mais seremos vencidos, como advem este poderoso lema:
“Contra o VIH e SIDA, Actuamos Juntos”