14/01/11

Que futuro se espera do Sudão?

No domingo passado, o "grande dia" começou para o sul do Sudão, com a votação do referendo que poderia dar lugar à mais nova nação da África. A votação vai decidir o futuro da região, mais ou menos do tamanho da França e Alemanha juntas. Os cerca de quatro milhões de pessoas que registraram seu voto deveriam decidir se queriam a independência do Sudão ou se preferiam permanecer unidos. 

O referendo faz parte do Acordo de Paz Global assinado em 2005, entre o regime sudanês do presidente Omar al-Bashir e os rebeldes do People's Liberation Army Movement (SPLA/M). Para ser válido, o referendo deve atingir uma quota de 60% do total registrado. Embora a votação termine no sábado, o resultado final será anunciado um mês depois, em 6 de fevereiro (ou 14 do mesmo mês, se houver recurso).

Se os separatistas vencerem, a região se tornará o 54º estado na África em 9 de julho, exatamente seis anos após a entrada em vigor do acordo de paz que pôs fim a uma sangrenta guerra civil (com pelo menos 2 milhões de vítimas) entre os muçulmanos do norte e os animistas do sul, que eclodiu em 1959 e durou, após uma longa pausa entre os anos de 1972-1983, até 2005. Não se sabe ainda que nome terá o novo país, mas se destacam entre as possibilidades: Novo Sudão, República do Nilo e inclusive Kush (ou Cuch, mencionado na Bíblia). Juba seria a capital.

Será que estâo Preparados?

Todos concordam em que o maior desafio começará após a provável independência, assim como eu sou da mesma opiniâo. A questão é saber se o sul do Sudão está realmente pronto para a independência, e enfrentar todas as situaçôes que advêm pôs independéncia. O site da BBC respondeu, em 4 de janeiro, em "Perguntas e Respostas": "Para ser brutalmente honesto, não". já era uma coisa de se esperar dadas as condiçôes em que se encontra hoje a populaçâo. Após décadas de guerra, no sul do Sudão falta tudo. Depois que a euforia da independência passar, eles vão enfrentar a dura realidade dos milhares e milhares de sudaneses que voltarão para o sul e não terão nada. Não há escolas, hospitais, lares, nem sequer água potável que teme a catástrofe humanitária que ocorreria se todos os do sul do Sudão, cerca de 4 milhões apenas na área de Cartum, decidirem voltar a esta região. Pessoalmente acho que ainda nâo é o momento para uma revoluçâo do genero, e isto comporta muito trabalho anivel da sociedade civil.

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